quarta-feira, 10 de março de 2010

O Nosso Agrupamento Comemorou o Dia Internacional Da Mulher

A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi proposta na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As operárias em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos contra as más condições de trabalho e os baixos salários, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque.

Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes, destacando-se o de 1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América, por iniciativa do Partido Socialista da América.

Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

Poucos dias depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo como sendo o fato que deu origem ao Dia Internacional da Mulher.





Dia Internacional da Mulher

8 de Março de 2010 DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Celebra-se este ano o Centenário do Dia Internacional da Mulher. A criação de um dia das mulheres que fosse celebrado em todo o mundo foi proposto pela primeira vez por Clara Zetkin, em 1910. Esta decisão, tomada na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, foi inspirada nas manifestações e greves das operárias que tiveram lugar nos Estados Unidos da América em 1908 e 1909.

Clara Zetkin (1857-1933) foi, com Friedrich Engels (1820-1895) e August Bebel (1840-1913), a principal teórica da «questão das mulheres» no movimento operário revolucionário alemão e internacional. Clara Zetkin lutou ao longo da vida pelo sufrágio universal, pelo direito ao divórcio e pela igualdade de oportunidades, quer no Partido Social Democrata alemão, quer no comunista. Foi presidente do parlamento alemão (a primeira presidente mulher dum Parlamento) em 1932, tendo combatido o nazismo antes de ser obrigada a fugir. Zetkin lutou pela paz mesmo durante a primeira guerra mundial quando a maioria dos partidos alemães fez uma trégua na luta interna em nome da "unidade" (organizou por exemplo uma Conferência de Paz em Berlim em 1915).

1909 – O primeiro dia nacional da Mulher foi celebrado nos Estados Unidos da América a 28 de Fevereiro.

1910 – Na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, Clara Zetkin propõe a realização de um Dia Internacional da Mulher.

1975 – A Organização das Nações Unidas [ONU] começa a celebrar o Ano Internacional da Mulher. Neste ano realiza-se a 1ª Conferência mundial sobre as Mulheres [México]) e inicia-se a década da ONU sobre as mulheres [1975-1985].

Em Portugal, a primeira comemoração de que existe notícia, remonta a 1953. Apesar da proibição da ditadura, algumas dezenas de mulheres reuniram-se em Lisboa, para comemorar o Dia Internacional da Mulher. A primeira comemoração do 8 de Março em liberdade foi realizada em 1975

A Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República vai celebrar o Centenário do Dia Internacional da Mulher com um conjunto de espectáculos, tertúlias e conferências em diversos pontos do país.


Carolina Beatriz Ângelo

Médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, embora vivesse num país em que o sufrágio universal só seria instituído passados mais de sessenta anos, ou seja, depois do 25 de Abril de 1974.

O voto depositado nas urnas para as eleições da Assembleia Constituinte, em 1911, pela médica Carolina Beatriz Ângelo, constitui um episódio deveras exemplar de luta pela cidadania e pela emancipação da situação das mulheres em Portugal, numa altura em que o direito de voto era reconhecido apenas a "cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família".

Invocando a sua qualidade de chefe de família, uma vez que era viúva e mãe, Carolina Beatriz Ângelo conseguiu que um tribunal lhe reconhecesse o direito a votar (à revelia) com base no sentido do plural da expressão ‘cidadãos portugueses’ cujo masculino se refere, ao mesmo tempo, a homens e a mulheres.

Como consequência do seu acto, e para evitar que tal exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar.

Carolina Beatriz Ângelo foi assim, também, a primeira mulher a votar no quadro dos doze países europeus que vieram a constituir a União Europeia (até ao alargamento, em 1996).

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