sexta-feira, 4 de junho de 2010

ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE


Ambiente
Carla Graça (Presidente do Núcleo Regional de Setúbal da Quercus)

O papel da biodiversidade na sustentabilidade ambiental
Este ano comemora-se o Ano Internacional da Biodiversidade. No passado dia 22 de Maio assinalou-se o Dia Internacional da Biodiversidade e, durante todo o mês, multiplicaram-se as iniciativas e seminários sobre o tema, promovidas pelas mais diversas entidades, desde instituições governamentais e autárquicas a universidades, escolas e associações. No próximo sábado, assinala-se mais um dia comemorativo. Desta vez, o Dia Mundial do Ambiente. E será inevitável a abordagem uma vez mais ao tema central deste ano – a biodiversidade.
Mas estará mesmo a biodiversidade no cerne das nossas preocupações? Estarão os nossos governantes e nós próprios, cidadãos, cientes do que significa a protecção da biodiversidade, de quais as suas reais implicações e, mais importante ainda, de quais as consequências se falharmos?

Neste Ano Internacional da Biodiversidade, a União Europeia reconheceu o fracasso da sua política para a biodiversidade e adiou o seu objectivo de travar a perda da biodiversidade para o ano de 2020. Recordemos que o objectivo inicial era este mesmo ano que agora decorre – 2010. E salientemos também que se tratava e trata ainda, não de conservar ou recuperar a biodiversidade, mas de pura e simplesmente travar o ritmo a que actualmente estamos a perder biodiversidade. Afinal, talvez não seja tão simples assim. Senão vejamos...

Assistimos actualmente a um ritmo de extinção de espécies nunca antes visto, desde que a Humanidade existe no nosso planeta Terra. As espécies estão a extinguir-se 1000 vezes mais depressa do que há cem anos atrás. A este ritmo, em 2100, metade de todas as espécies, animais e vegetais, terão desaparecido. Estamos pois a falar de uma autêntica extinção em massa, de uma dimensão semelhante à que ocorreu no final do Período Cretáceo, aquando da extinção dos dinossauros.

E porque está a biodiversidade a desaparecer? Devido à destruição dos ecossistemas e dos habitats e à sua fragmentação, para construção de zonas urbanas ou vias de comunicação, por exemplo, mas também devido à poluição directa, proveniente de indústrias e esgotos urbanos, ou difusa, proveniente de contaminações de pesticidas, ou ainda à caça e à sobrepesca. Em suma, a biodiversidade está a desaparecer devido ao nosso uso excessivo dos recursos do planeta, provocado pelos nossos padrões de consumo.

Mas afinal o que é a biodiversidade? O termo biodiversidade refere-se à variedade da vida na Terra. E por variedade de vida referimo-nos à variedade de ecossistemas, à variedade de espécies, e ainda à variedade genética dentro de cada espécie. Esta biodiversidade tem um valor inestimável para a Humanidade, mas um valor que não é reconhecido pelo mercado, um valor que não é contemplado nas nossas transacções diárias. Mas os serviços que os ecossistemas e mesmo as próprias espécies prestam são essenciais à manutenção da vida humana na Terra e deveriam ser incorporados na nossa economia de mercado.

As florestas ou os rios têm um valor insubstituível na obtenção de oxigénio e de água para a atmosfera. Os oceanos desempenham um papel importantíssimo na regulação do clima na Terra. Não se conhece a grande maioria das espécies que existem no planeta. No entanto, uma boa parte dos avanços na medicina baseiam-se em propriedades de plantas e animais. E mais exemplos haveriam a dar. E isto significa que a perda da biodiversidade e dos ecossistemas terá um enorme impacto na qualidade de vida da espécie humana.

O sul da Europa, e a Península Ibérica, pelas características peculiares da sua formação geomorfológica, são considerados “hot-spots” de biodiversidade, isto é, zonas do Planeta Terra que têm uma grande variedade de organismos e de ecossistemas. A Península Ibérica detém a grande maioria de endemismos da Europa, ou seja, organismos únicos, que não existem em mais lado nenhum.

Por tudo isto, os nossos governos detêm uma responsabilidade acrescida. É pois nosso dever exigir dos nossos governantes acções concretas para a preservação da biodiversidade. Devemos saber exigir políticas de conservação eficazes e também politicas sociais e económicas transversais, que incluam efectivamente a protecção ambiental e dos ecossistemas.

Mas nós também, enquanto cidadãos informados, devemos alterar os nossos padrões de consumo e tentar agir e influenciar as diversas comunidades onde nos inserimos (familiar, escolar, empresa, etc.). Os próximos passos terão que ser necessariamente nossos, nos diversos papéis que desempenhamos enquanto parte de uma sociedade comum e global.
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O Professor Rui Luis coordenou a elaboração dos trabalhos da E.B. 2.3 dos Pombais. Com os alunos foram elaborados trabalhos (chapéus decorados com animais diversos - VER IMAGEM). Actualmente estes trabalhos estão expostos no ODIVELAS PARQUE, integrado na Mostra de Trabalhos Escolares promovida pela Câmara Municipal de Odivelas.
Saliente-se os magníficos projectos exposto pelas nossas Escolas do 1º Ciclo, assim como do Jardim de Infância.

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